Há muitas maneiras de viver a vida. Para alguns o modo mais direto, para outras voltas, desvios e intercessões. Nossas ambições podem ser grandes ou pequenas, de encontro ou contra os desafios daquelas grandes pequenas batalhas internas ou externas de cada dia. Acontece que por sermos condenados a sermos humanos nos é dado ao nascer um nome para carregar, uma história que começou muito antes de sermos concebidos, além de tradições que nem sempre compreendemos. O caminho que iremos seguir a cada dia, pode ser trilhado de maneira compulsória, deixando-nos sermos levados pelas circunstancias, mas nesse caso podemos parar sem percebermos em um lugar qual nosso psicológico não suporta.
Sintomas de ansiedade, depressão, melancolia e apatia, que minam nossa saúde mental, tantas vezes descritos e repetidos em centenas de transtornos psicológicos e síndromes são cultivadas por essas relações com o mundo antes de percebemos que não estamos onde gostaríamos. Caberia se reencontrar? Mas como isso é possível? Seria cômico se não fosse triste o fato de antes de buscar ajuda psicológica muitos já tentaram vícios, misticismos, curas milagrosas e auto repressão.
Infelizmente não é difícil deparar-se com pessoas queixando-se a que ponto chegaram em suas vidas. Repetidos amores que já começam errados, rotinas massacrantes que não conseguem ser quebradas, comportamentos contínuos que angustiam, tudo isso num ritmo viciado que sufoca e adoece. Viver as oportunidades que nos aparecem é legitimo de toda forma, mas não confrontar se realmente queremos fazer, como esse ou aquele curso na juventude, ou o comprometer-se com alguém porque “bem, se essa pessoa me quer então eu quero” é o que nos impede de ver as tantas oportunidades de fazer aquilo que verdadeiramente nos encantaria e geraria potência para vida.
Um caminho para a vida é feito para ser inventado, percorrido, explorado, habitado e modificado, por que não importa o quanto foi percorrido, é possível fazer desvios, mudar de direção, se lançar ao movimento. Descobrir coisas novas e redescobrir antigas. Caminhos, ao contrário de estradas, não tem contra-mão, não conecta os pontos A e B, e nem deve ser percorrido com pressa, é algo que pode-se desbravar de peito aberto ao destino e criar a cada passo.
Assim, acreditamos que o papel de um Psicólogo/Analista na prática de uma psicoterapia é, para além de só tratar sintomas e psicossomatizações, é apresentar – a esse sujeito que acolhemos em nossa clínica – novas maneiras de se entender e desejar, incitando-o as emergências de suas escolhas e consequências, produzindo desvios construtivos a sua vida, afinal saúde mental assim como a física é uma construção. Logo, possibilidades sempre existem, mesmo que não sejam percebidas, porque não há apenas um, são sempre múltiplos os possíveis, construídos a cada passo. Então, hoje qual desses CAMINHOS você quer trilhar?
Caio Paes de Freitas | CRP 05/53463
Herbert de Moraes Vieira | CRP 05/53607
Pedro Henrique Martins de Carvalho | CRP 05/53459
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