O corpo fala, mas as vezes ele berra! O aperto no peito que ora faz o coração disparar e de repente desacelera, a agonia ligada ao peso de fazer as coisas que deveria gostar de fazer, os pensamentos que rodam e assombram a cabeça entulhada de sensações que de tão embaralhadas já não nos parece fazer mais sentido. Ao longo da historia, os filósofos e os artistas, tentam definir esse sentimento de angustia, afinal, estando entre as ansiedades e depressões ele parece ser incapturável. Será possível se livrar dessa agonia? Para quem sente angustia muitas vezes parece que não, mas a boa noticia é que de muitas formas dá para criar novos significados a partir desse sentimento.
Quando tentamos explicar angustia de uma maneira simples, caímos em uma armadilha, pois angustia é justaste esse sentimento inominável, onde o corpo sente, mas a cabeça não dá conta. Alguns teóricos vão pensar esse tema como uma “ansiedade profunda”, no sentido literal da palavra, de “ANSIA por algo que poderia vir”. Logo, o tratamento das angustias passam por dar nomes aos sentimentos e sentidos perdidos que agora parecem embrulhados na cabeça.
Compreender a si mesmo e o que está vivendo, no momento que esta sentido é uma forma de criar novas possibilidades, sendo uma oportunidade para criar a partir do sofrimento psíquico um fonte de desejo para viver, mas antes disso temos que ter coragem de viver isso que não está sendo compreendido. Se ignoramos a angustia ela pode nos consumir, mas se trabalhamos em destrinchar esse emaranhado embolados de restos de ideias, “não ditos” e “não sentidos” acumulados podemos abrir em nossas vidas novos caminhos.
Herbert de Moraes Vieira | CRP 05/53607
Psicólogo Clínico